domingo, 20 de dezembro de 2009

Ode a L.A.

*com o pensamento em Brian Jones.


Moro numa cidade
Acabaram de me escolher para
fazer o papel de
O Príncipe da Dinamarca


Pobre Ofélia


Todos os espectros que ele
jamais viu
Flutuando rumo ao destino
Numa vela de ferro


Volta, bravo guerreiro
Mergulha
Noutro canal


Piscina de manteiga derretida
Onde fica Marrakech
Sob as cachoeiras
A terrível tormenta
em que os selvagens caíram
fora
No fim da tarde
monstros do ritmo


Você abandonou seu 
Nada
Para lutar com
Silêncio


Espero que tenha saído
Sorrindo
Como uma criança
E penetrado o suave espólio
de um sonho


O homem anjo
Que combate as serpentes
que querem suas palmas
& dedos

Finalmente resgatou 
Esta Alma
benevolente

Ofélia

Que parte em sedas
Ensopada

Sonho
Clorado
Testemunha
Louca asfixiada

O trampolim, o mergulho
A piscina

Era um guerreiro
Musa adamascada almiscarada

Era sol
Desbotado
Da TV à tarde


Sapos com chifres
rebelde de um microponto
amarelo


Veja onde se meteu
Você


No paraíso carnal
Entre canibais
& judeus


O jardineiro
deparou
com o corpo esplêndido
flutuando


Regozijante rigor
que matéria verde é essa
de que é feito?


Furem a pele
da Deusa


Enquanto for levado
pelos paradisíacos
umbrais da música


Sem chance


Réquiem para um peso-pesado


Aquele sorriso sarcástico
O olhar de sátiro
Ergueu-se e saltou
na terra imaculada


by: Jim Morrison.

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