domingo, 10 de janeiro de 2010

Telefonema anônimo

O que está acontecendo, meu bem?
A casa está uma zona, as janelas estão quebradas e tem gotas de café nas páginas do nosso livro.
Me preocupo com tua esquizofrenia, com tua fome de finais exóticos e com o telefone desligado. Aliás, por que fez isso de novo?
Eu estava há meses gastando dinheiro com esmaltes e em uma fração de tempo, perdi tal vaidade por ansiedade da tua voz.
Seu copo ainda está cheio, beba logo tudo antes que esquente. Podemos conversar um pouco e por fim pensar naquela papelada toda, sem estressá-lo novamente.
Pedi desculpas aquela noite, confesso que o tremer das tuas mãos me assustou um bocado. 


Pensando bem, acho melhor deixá-lo quieto hoje. Teus olhos desprezam o sentido do meu rumo. Ficarei bem, são poucos instantes para o amanhecer. 
Vou ao centro, em algum posto talvez, tomar um café.


Descanse seu alterego, final do dia volto pra tua ressaca mental.

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