Andar e fazer do sapato batendo no asfalto, música. Neblina... Sol vagabundo. Subir a rua enquanto o dia amanhece glorioso, ignorando o cheiro deixado pelas prostitutas, os cachorros mancos, os botecos fechados. Esbarrando em olhares e segurando firme a bolsa, eu vou caminhando. Tudo remete a poesia.
As perguntas burras me desconcentram, as pessoas tropeçam, os homens param para ler as últimas novidades do campeonato expostas na banca de jornal e eu vou subindo degraus.
Sinto uma leve regressão da parte do grande público depois de ver um rapaz vomitando nos trilhos. Ora, todo mundo vomita. A única coisa que me entristece são os rostos, as fisionomias... Todos tensos enquanto é anunciada a tal manhã gloriosa...
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