quarta-feira, 6 de julho de 2011

Diálogo do meio-dia

Mais precisamente, após o almoço...


- Quero que ele se foda. Eu o amo, sou apaixonada, morro de saudade... Mas mesmo assim. Quero que se foda.
- Mas por quê? Você é enrolada demais...
- Porque depois de um certo tempo, no meu caso 3 anos, o amor que a gente sente, se acomoda. Simples assim.
- Se acomoda como? 
- Sei lá, vira parte da rotina. Eu acordo, escovo dentes, o amo, tomo banho, vou trabalhar, sinto saudade, almoço e o amo mais uma vez. Entende?
- Entendo sem saber se entendi... Mas se você o ama, por quê tanta revolta?
- Não é revolta, claro que não... É um "foda-se" educado, gentil e romântico. É só um jeito de deixar o coração descansar.
- Toda poetisa você.
- Tem nada de poético nisso. É muito mais racional do que você pensa!
- Você é confusa!! Me explica.
- Ué... Eu amo o bendito, certo? Então, deixo esse amor guardado na gaveta. Deixo ele lá, ai quando eu preciso, eu pego de volta. Super prático.
- Isso soa super frio. É tão contraditório...
- Deixar de amar não dá. A única alternativa é deixar arquivado esse sentimento. 
- E você o controla tão bem assim?
- Às vezes... Tem dias que não dá pra deixá-lo quieto, ai eu o levo pra tomar um ar aqui fora em forma de surto.
- Que tipo de surto?
- Dizer que o amo, por exemplo. Assim, na cara dura. 
- E que mal tem nisso?
- Nenhum, só a realidade.
- E o que você faz enquanto ele fica "arquivado"?
- Oras, eu vivo!

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