Eu me dou por inteira aos livros e me frusto por não conseguir devolver a satisfação que eles me dão.
tenho piedade de mim, amor
e muita preguiça quando o sol vem.
quando você vai eu me penduro
na janela com a boca seca.
você não volta nunca mais
e o meu descaso com a cama
se envolve com a conformação
desse peso que é viver sem ninguém.
levanto só com as suas meias,
de corpo frio e olhos que caem.
me arrumo pro café da manhã
e me abraço como se fosse você,
que não vem.
mas os livros estão ali
cheios de amor pra me dar,
preenchendo o tempo
salivando a minha alma.
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