domingo, 20 de maio de 2012

A linha tênue que alcança Chinaski

Os cantos me entediam e são eles que prefiro, distantes do que eu possa chamar de comum. Se me entretenho aqui ou acolá, tenho em mim a imensa sensação de expor tudo que me desatina a sorrir, a pensar que meus problemas são meros conflitos existenciais e que se eu continuar reclamando tanto e tanto desses obstáculos que parecem tão miudinhos diante das histórias que ouço, a vida passará como se fosse um vagão qualquer diante dos meus olhos.
Sinto aqui tamanha vontade de diminuir essa pressão que aperta meu coração, às vezes moldado fisicamente em choro, mas acho que sou assim mesmo. Sentimentalismo puro e barato, diferente daqueles dignos de um romance shakespeariano e camuflado dentro da alma. Não possuo a necessidade de impor aos outros o que há dentro de mim e dentro dos meus pensamentos. Sinto-me como minha melhor amiga, desempenhando o papel de guardiã e fiscal do que me diz respeito. Sou fiel a mim e portanto, isso já me basta. Às vezes não é o suficiente ser pseudo autossuficiente e manifesto desde ao oco dos cômodos até a pena dos estranhos o engarrafamento interno que por hora me sufoca para no final ficar tudo bem.
Penso demais e isso não tem relação com intelectualidade ou filosofia, é apenas o ato de filtrar tudo que me seja correspondente e tal como um impedimento, interrompo deveras situações de amor com um simples desprezo, ridicularizando e achando inútil essa conversa de sentimento. Já me confundi e me arrependi diversas vezes por não saber transparecer quando necessário a minha alma. Sou vítima da realidade e culpada por me submeter à ela.
Quando o incômodo gerado pela constatação do fracasso invade meu ser, a felicidade passa a ser alienação e o coração diminui dentro do peito, dando lugar para um bluebird digno de Chinaski. 

Um comentário:

nádia c. disse...

!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
não há nada a acrescentar a não ser dizer da satisfação de ler seus textos.