domingo, 20 de outubro de 2013

Bailemos

De ontem restou a ressaca da cachaça, que nem é tão pesada assim, e um trecho de carne viva debaixo do pé esquerdo. Eu e a minha saia bailamos. Me afundei na parede e desci o baixo Augusta com os dois amigos de cachaça - virar os copos foi uma necessidade diante da banda ruim que tocava antes de eu começar a bailar.

Eu bem que falei para esperarmos o sol raiar nesse horário de verão, mas quando as torres da igreja da Sé sombrearam o céu, distantes da Vila Madalena, ao meu lado só havia um colombiano tocando o hino nacional brasileiro com uma flauta e também um velho rabugento que havia dormido no metrô.

Agora que já deu cinco e meia da tarde do dia seguinte, eu estou aqui no sofá de camisola ouvindo o Nino Rota. Hoje li em algum lugar que Balzac tomava cerca de cinquenta cafés por dia para conseguir escrever. Aliás, que citação pertinente esta que é atribuída a ele: "Muitas pessoas dizem que café as inspira, mas, como todos sabem, café faz as pessoas chatas ainda mais chatas."

Me identifiquei.


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