É o que resta
debaixo das ponteso desespero é silenciadopelo bom senso cimentadoque agora é monumentoda cidadela que preza a desigualdade.sorte daquele que tem um par de sapato,não pra por no pé esfolado pelo trabalho,mas pra usar de travesseiro improvisadoquando o dia se desfaz solitário
nesse gramado sujo.
dia desses vi três moças abandonadas pulando corda
debaixo da praça da avenida antártica.
a esperança delas de tocar o céu
se fazia maior a cada salto: elas sorriam de lá
com a certeza de que o asfalto que queima
também teima em aproximá-las do inexplicável.
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