segunda-feira, 26 de maio de 2014

03:51

minha tela é o escuro dos olhos fechados
à beira do estige, miles davis sopra bitches brew
danço a euforia remediada
tormento que mastiga cada canto dos meus dedos
as arestas deste espaço se curvam 
espasmos pela pressão do silêncio 
morte do horizonte declarada
a dor é elevada, sólida, dura, firme
como é quente a sombra onde derreto
o que você está dizendo? 
tenho a boca na palma da mão
musa antiga sem um olho
fatias finas do meu esqueleto
o medo está vazando, mas logo acaba o trilho
é vazio aqui, muito bagunçado
um escândalo 
o som alterna com o susto
te incomoda?
meus olhos ceiam teu corpo subvertido. 


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