quarta-feira, 11 de junho de 2014

euforia 16

hiena ao meu lado esquerdo aterroriza o escuro
tenho bordas e ainda pingo até o ruído ereto
acordeão recolhe cada pontada em brasa do sangue
acabaram de desenrolar o novelo que perturba meu cérebro
minha palavra preferida sempre foi guilhotina
para dilatar o ensejo sem retorno an irish circus on finnegans wake
pulo em todas as poças antes do mangue dos teus cabelos
faço os elefantes ficarem quietos com sua voz de comer
choro em frames e os costuro no vento que antecede a vida
erro quando significo o erro porque não soy matéria
e a morte nem é morte
atravesso minha cabeça com a lâmina do silêncio
visão se faz em ângulo de noventa graus contra meu peito
sou cor grossa golpeando cada pó do pesadelo
você quer mesmo lapidar o que penso quando calo a boca?
erínias confortam cada parasita que me penetra
augusta é uma lagarta quente e mansa diagnosticada com esquizofrenia
cade meu remédio contra combustão de fantasias?
olha lá a dentadura da mulher que caiu no trilho do trem
vocês me mostram a vida em cenas com manivela enferrujada
transposição do absurdo visual vital contra o absolutismo do lirismo falido já!
círculos enfileirados transando a altura do horizonte em marcha
inversão das vogais dentro do rodízio das suas falas malas
abolição de todos os signos fardados de acalento
aponta esse poema pra lá pe loam ordede us!
ainda não sequei e já me penduraram na caverna da memória extinta
pingo cada vez que pincelam a misericórdia em nome do quê mesmo?
é um tesão ter fé no não?
te excita o gozo monumento de muros humanos?

sigo tateando os arcos da utopia.

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