terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Suspensa

Debaixo do céu de reboco, você caminha seu corpo expedido em outros temporais, com seus panos soltos, seu peito fechado na brasa, o coração morno. Ontem esbarrei no teu semblante nu de três anos atrás, por acaso. Reconheci pela firmeza das mãos açucaradas no encaixe de sua postura descansada. Que é você? Tanto implorei a Deus pra não me por diante de semelhante absurdo, temerosa de acabar imersa no impossível e suspensa do mundo, que agora me encontro exilada das linhas gerais dessa vida. Qualquer dia eu volto. 

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