domingo, 15 de fevereiro de 2015

lasca de mim

tenho dessas de parar no tempo. digo, de morrer no tempo. paro na faixa pra atravessar enquanto dois cavalos passam. céu-cenário: bom dia! bom dia! queria que eu escrevesse algo mais inflamável, não é? o agora da minha cara pesa. gelatinosa vida essa que me deturpa. todos os anjos moídos dentro da minha cabeça. queimadura em néon e pasmem: sinto que alguém me bate. olha como pedalo atrás de suas orelhas! rárárá, ninguém lerá. um dom meu: causar preguiça. o que importa é que tô escoando esses dizeres da minha mente, amor. limpar a remela do olho. somos falsos — não que eu me importe com a verdade. continuo roendo unha até a última ponta. e essa luz que vem e vai, esse tremelique onírico em pleno dia festejando as sombras do apartamento? my eyes make waves. gosto do sol opaco, fosco e com essa pinta de apocalipse. na ponta da tinta o papel mama. até o caos frequenta o dentista. neste instante em diante sou ninguém, pra variar. me sinto esse troço sem nome. tenho certeza que tô só fazendo uma pausa dentro desse corpo. voltar é sempre frustrante, por isso não saio daqui. tão arremessadas ao mundo e tão bem patrocinadas as mocinhas. meus joelhos arrebentados estão uma graça. fico morta todo dia! você não? gastei muito tempo na plateia da rapaziada absurdinha. uiuiui. tô congestionada. regressa, fernanda. tá me atrofiando a alma, credo. pessoas&muros&murros. tudo saturação. vai sentir minha falta?

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