sexta-feira, 17 de julho de 2009

60's.

Sob a vigia de sombras decadentes, as mesmas que eu espero atentamente despertar minha vaga visão do seu rosto de pirata escondido atrás de uma guitarra.
Toda aquela história de brilho, contorno e cabelos coloridos, toda essa juventude que se considera diferente dos outros sendo apenas normais, todo aquele mundo que um dia já quis ser ''Deus'' ou o egoísta da vez, como preferir. Todos deveriam se lembrar que se por acaso existiu algum Deus na terra, ele era negro e segurava uma guitarra.
Os mesmos moldes, a roupa larga, o ar composto por chiclete de tutti frutti e aqueles olhos apertadinhos de jabuticaba que me deixaram devota de tudo isso.
Formas de lápis de cor, tão pálidas e sorridentes quanto um creme dental. Amáveis e frios, seus seguidores e os seguidos, não é arrogância, é rock'n'roll, queridinho.
Uma conversa com vozes grossas e ingênuas, corpos que pulam tanto que chegam a fazer os pés de quem observa doer.
Algo assim juvenil, como laços e fantasias sobre pedras e sons cheios de ritmos. São vozes comestíveis e deixam você assim, com prazer. Só importa sentir fluir isso tudo; essa coisa que vai preenchendo lacunas e inspirando por mais cinza que seja o céu, por mais raivosa que a chuva insista em cair e por mais barulhenta que seja São Paulo, o sentido da vida se firma agora!
Pra quê acreditar em política, em religião, em lendas e mitos ou simplesmente em verdades? Não existe verdade, existe mentira bem contada e tudo que você acredita ser é somente a mais bem contada delas.

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