quarta-feira, 8 de junho de 2011

Ela vem subindo a rua

Há coisas que nós fazemos sem querer querendo mesmo... Não achei uma outra maneira de definir isso. Talvez um exemplo ajude...
Eu sempre acho que vou acordar no dia seguinte totalmente disposta, sem preguiça e nem nada... antes de dormir, peço para... (quem anda sendo meu despertador ultimamente mesmo?), ah sim... peço para o Júpiter Maçã e o seu Modern Kid me acordarem às 06h em ponto. Coloco o óculos no criado-mudo (um nome de objeto um tanto descendente da época da escravidão se vocês pararem pra pensar), solto o cabelo, acomodo o corpo na cama e começo a chutar o edredom até ele me cobrir, ou melhor... me sufocar. Questão de 15 minutos já estou temporariamente falecida e enfim, a noite corre afora com direito a gatos no cio fazendo um barulho insuportável, carros passando com forró no último volume, minha mãe acendendo a luz do quarto toda hora e eu, imaginem só, incorporando tudo isso no que deve ser sonho. 
Na hora marcada, começa o chocalho a tocar. Minha primeira reação, lógico, é um susto daqueles que você vê em filmes... Derrubo tudo do tal criado até conseguir desligar a música. Ok. Passam-se 10 minutos e toca de novo. Dessa vez eu deixo o Júpiter começar a cantar e então, desligo novamente e decido deixar o celular na mão... Ora, quando tocar de novo, é só apertar o botão. Mais 10 minutos, e lá vem... Agora chega até o refrão "cause every modern kid, will lose their mothers... soon as tragically". Meu, subsubsubconsciente chega a conclusão que o celular não está nas minhas mãos... está debaixo do meu braço, quase debaixo da barriga... Estou de bunda pro teto, sem uma meia no pé, o lençol já saiu da cama e o que era sombra já se tornou visível. Hora de criar coragem e ver que horas são. Uma hora se passou. Uma hora e alguns minutos, claro. Já passou das sete e eu, numa luta eterna, esfrego os olhos... Tiro metade do edredom de cima de mim e sinto o frio da manhã batendo na barriga (afinal, a camiseta já está quase no pescoço). Vamos lá, acorda. Sento e ainda num ato de covardia, apoio a cabeça nas mãos e tento cochilar... NÃO! ACORDA! Ok. Acordei... Cambaleando, tirando tacos do chão e batendo o ombro nas paredes, após um caminho cruel, chego ao banheiro. Eis a primeira reflexão do dia  (isso acontece todo dia): quantas horas será que dormi? Será que foi o suficiente pra fazer todo esse xixi? Porque de manhã a gente faz MUITO xixi... Eu pelo menos. Juro que a minha vontade é de cochilar ali mesmo... Nem ligo, ainda estou dormindo mesmo. Mas não posso... depois desse ritual, vou escovar os dentes e tenho que jogar água no rosto pelo menos umas 3 vezes. Ufa! Que alívio, agora acordei! Depois do choque térmico, e com uma visão mais apurada, abro a janela da lavanderia e observo como está o tempo... Volto pro quarto, fecho a porta e lá vamos nós para a terapia da roupa, da maquiagem e do cabelo. Olho o relógio e bem... passaram-se 15 minutos. Saio correndo, deixando tudo uma zona! Ai ai... coloco os fones no ouvido e escolho ouvir algo como St. Petersburg do Supergrass e assim o dia vai começando... E começa sempre muito lindo. 

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