terça-feira, 14 de junho de 2011

Um choro

Escrito pra esse "Paris é uma festa" aqui na minha mesa...Mofando, abandonado e desvalorizado. Trocado por um velho beberrão. Tá tudo errado... Ai meu Deus. Fome, fome e fome.

Sentar na praça não adianta nada. A gente conversa, eu escuto, coloco pilha e fico insatisfeito. Vou-me embora arrastando o pé até que um tropeço me acalma. 
Meu nariz dói por dentro, bem na mucosa. Deve ser rinite, imagino. Arde, mas arde tanto que parece agulha na brasa.... aliás, uma porção delas. Dói e eu insisto em respirar. É como soco no pulmão. Não é fome.
Levanto a cabeça e eis que tudo sangra. Nariz, ferida involuntária, gengiva, cutícula... Um doce só.
Te abraço... Seguro o guardanapo sujo entre os dedos. Olho pra você e a secura passa como se fosse um trago. Este sou eu... inundado, beirando às margens e sangrando. 
Dispenso suas mãos e aceito só uma conformidade. Você compreende o que vê, querida? Deve estar frio ai fora. Deve ser isso nas suas mãos...A brasa cessou. 
Sinto-me emocionado, em uma tranquilidade que nem essas lágrimas nos seus olhos me atormentam mais. 
O chão é frio...O chão nem é mais chão.
Vou-me embora, meu bem. E dessa vez sem tropeçar. 

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