terça-feira, 13 de setembro de 2011

Nota

De volta a terra firme, com os pés atolados na merda, Ivo sentou-se na cama... Infeliz, amargurado com o que poderia ser chamado de frustração. Por alguns dias que lhe deram a impressão de serem muitos, dispensou a moça do sonho argumentando que havia encontrado a moça ideal, parecidíssima com ela por sinal quando o assunto era idade e sorriso. Proporcionava a mesma sensação quando a via fumar ou por os cabelos atrás da orelha. Era até melhor que o sonho mas algo parecia incomodar a menininha... Aquela mulher que vivia de suspiros e amores incompletos. 
Ivo sequer chegou a beijá-la, mas a presença dela... Os olhos atentos e os conselhos que ela distribuía constantemente a tornaram sua maior preciosidade. Só sua. Era como se tivessem um laço mas não de cetim e sim de pedra. Essa pequena fazia um bem danado nas tardes de cervejas vazias, levava Ivo para um lugar onde a felicidade era óbvia, fazia com que ele se sentisse um idiota, um beberrão reclamando por horas, dias, anos... E no meio disso tudo, a mocinha sumiu. 
Não avisou, não disse tchau, não colocou um ponto e Ivo a sentia como uma virgula infinita... Ficou perguntando se tinha feito algo errado, se estava chato, sufocante, desagradável... Não obteve resposta. 
Ela continuava indo aos mesmos lugares, mas não era a mesma pequena e também não era a moça do sonho. Não era mais nada, assim como ele.

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