terça-feira, 13 de setembro de 2011

Vive le café

Escrever é conseguir converter em traços uma desordem mental. É a organização da bagunça existencial saindo da ponta da caneta pro papel. É conseguir rabiscar. É o melhor de poder viver e transforma tão bem o que sentimos... É a mais importante dádiva do universo! Sou apaixonada, me relaciono e gozo constantemente quando acabam as ideias e as aflições que torcem meu cérebro, meus pulmões, meu coração...
Não preciso de muito, só de café. Sou escrava, viciada até a última gota e não tenho frescuras, só um copinho qualquer sem muito açúcar... Nada muito meloso, por favor. 
Nesse momento me encontro eufórica, estupidamente eufórica. Torta, inclinada com esse caderno apoiado na perna e tenho consciência da situação, mas meus pensamentos não param! É uma panela de pressão! Isso sim é motivação para escrever e abrir a porta, onde tudo sai correndo como se fosse a última vez.
Desconstruir o discurso liberalista. É isso que eu deveria estar fazendo agora, mas não quero. Quero escrever para sempre, quero morrer escrevendo, quero essa merda comigo todos os dias acompanhada por café. Isso é viver! Isso faz eu me sentir viva! Isso é amor! Esse coração disparado, o pescoço doendo, o cabelo nos olhos... Não são nada! O nada que se foda! A ordem, a gramática, vocês, o céu azul são fontes secundárias e não partem do princípio natural que me inspira. 
Só tenho o azar de ter uma voz ou um maldito celular para me atrapalhar de vez em quando, no meio da euforia e isso acaba com a minha felicidade, porque felicidade é escrever assim como a tristeza. 
De qualquer maneira, quando eu acabar isso aqui, vai estar tudo bem independente do nível de cada um. Não quero pensar no fim disso tudo. No cansaço e no tédio gerado pelas pessoas a minha volta. 


Ó céus! Vive le café! 

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