terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Na plataforma

morro de inveja
do que não é pra mim
porque a gente perde graça
quando se sente valorizada
e essa pressa de viver
que eu tenho de sobra
deve ser conformação
por saber que um dia 
vou me perder
então vamos combinar assim
eu saio correndo pra te ver feliz
e você me espera
de coração na mão 
com o violão nas costas
pra proporcionar qualquer besteira
desde que soe verdadeira
pra eu continuar acreditando
que esse papo de morrer
é coisa de televisão
assunto pra debater na feira
ai eu vou eternizando
um, dois e até três sentimentos
desses que pesa no que chamam de alma
pra ver se eu mato em mim
o que eu chamo de solidão
isso tudo é conversa pra zé ninguém
desabafo atento depois de ontem
retalhos do que sobrou do sonho
esperança de te ver chorar também
como eu
depois de constatar
que o homem prega amor ao próximo
sem saber cair de cara
na lama 
na fonte que alimenta as palmas
do próximo a dançar 
com o nada
meu bem 
eu já to indo embora
vê se vai pra estação
leva o que eu te pedi
que eu to aflita de saudade
que eu te espero 
com a faca na mão...

2 comentários:

Anônimo disse...

Gostei muito deste!

nádia c. disse...

quando que você vai entregar esse poemas lindos para musicarem? Sério, são altamente musicáveis.