quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Lo que vendra



As pessoas em suas varandas
jogam cinzas na minha cabeça.
Tudo nesse purgatório é cinza
e jesus não é a verdade nem fodendo.

Esse céu sob as cabeças dos vadios,
toda esse falatório hipócrita
a decadência debaixo das pontes,
as mesmices dos beijos de ontem.

Tudo isso é verdade irremediável.

Os meus sonhos são vagabundos,
representam a mentira da ausência
que me estupra a mente
quando os saltos desfilam tortuosos.

Eu sou a favor da vida e do grau mais baixo da existência humana.
Eu sou a favor da decadência dos porres e dos corações suados.
Eu sou a favor dos olhos inchados e da barbaridade.
Eu sou a favor da tristeza dos sorrisos melancólicos.

Putas, viciados, meros humanos que comem pão na chapa,
carteiros bêbados, mendigos, palavras moldadas.
Minha consciência que aplaude a comédia humana
possui filtros que não suportam o status quo da banalidade.

Quantas palavras são desperdiçadas?
Quantos amores?
Quantos dissabores?
Quantas decepções ficam?

Liga o off da realidade e aponta pra arte!
Rema até lá que ela te salva da selva
e te carrega pra real tragicomédia
nua.

O amor é nu e desafinado, do jeito que tem que ser.

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