quinta-feira, 15 de maio de 2014

XV

I

um tiro
na testa
do menino
enlouquecido
que canta
seus mortos
ao inimigo

II

de cima da banca de jornal:
terra à vista! a conquista
da agonia perpétua!

o sangue em poça
se funde ao tóxico
do pirlimpimpim

repare bem essa mão da carnificina:
mais tarde é ela que te asfixia.

teu nome degolado
é 174.

III

comemoro o terror dos olhos
colocados no caos que se anuncia
o caos não se anuncia
o horror é a própria vida.


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