sábado, 12 de setembro de 2015

Vicente II

deitada na cama
ria sozinha
observando os movimentos
do bebê
em sua barriga.
o apartamento:
nublado.
em cada fresta:
canto de vento.
no cômodo gelado:
rastro de ânsia.
ela ria sozinha
depois de pedir perdão
ao bebê
em sua barriga
e chorava
porque ele respondia.
ser mãe é abolir
toda a solidão possível:
ela nunca estava
sozinha.
admirava a beleza
da força de ser
em compasso
dois.

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